Ciganita sentada no chão frio toca melodia ingénua no pequeno acordeão apelando à esmola dos passantes. A melodia encanta-a e sorri. Sorri e sonha: as bonecas da montra fronteiriça descem à rua e dançam para ela.
Dançam espargem ternura a rodos na sua face linda e depositam no seu regaço o aroma das flores de jardins sem dono e pastéis de nata bifes fruta que ofertam aos montões em salvas de oiro.
Tilintar de moeda distraída lançada na caixa das esmolas quebra o encanto de amor e de fartura: o sorriso some-e instala-se a lembrança dorida de contas a prestar aos seus mandantes.
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José Pereira da Graça
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