sábado, 7 de fevereiro de 2009

Mar!

Mar, metade da minha alma
é feita de maresia
Pois é pela mesma inquietação
e nostalgia,
Que há no vasto clamor
da maré cheia,
Que nunca nenhum bem
me satisfez.
E é porque as tuas
ondas desfeitas
pela areia
Mais fortes se levantam
outra vez,
Que após cada queda
caminho para a vida,
Por uma nova ilusão
entontecida.
E se vou dizendo
aos astros o meu mal
É porque também tu

revoltado e teatral
Fazes soar a tua dor
pelas alturas.
E se antes de tudo
odeio e fujo
O que é impuro,
profano e sujo,
É só porque as
tuas ondas são puras.

Sofia de Melo Breyner

Sem comentários: