domingo, 14 de junho de 2009

Tenho esperança? Não tenho.

Tenho esperança?
Não tenho.
Tenho vontade de a ter?
Não sei.
Ignoro a que venho,
Quero dormir e esquecer.
Se houvesse um bálsamo da alma,
Que a fizesse sossegar,
Cair numa qualquer calma
Em que, sem sequer pensar,
Pudesse ser toda a vida,
Pensar todo o pensamento -
Então [...]
.
Fernando Pessoa, 11-12-1933.

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