quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Soneto de José Régio

Soneto quase inédito

Surge Janeiro frio e pardacento,
Descem da serra os lobos ao povoado;
Assentam-se os fantoches em São Bento
E o Decreto da fome é publicado.

Edita-se a novela do Orçamento;
Cresce a miséria ao povo amordaçado;
Mas os biltres do novo parlamento
Usufruem seis contos de ordenado.

E enquanto à fome o povo se estiola,
Certo santo pupilo de Loyola,
Mistura de judeu e de vilão,

Também faz o pequeno "sacrifício"
De trinta contos - só! - por seu ofício
Receber, a bem dele... e da nação.
..

JOSÉ RÉGIO


José Régio e o seu burro' - por Hermínio Felizardo

2 comentários:

Unknown disse...

Deus meu!
Como tudo se repete?
Até o burro (obrando para gente),
tem em cima algué parecido com o Sócrates.

TERE disse...

Aahahahahahahah. Votos de bom fim de semana.Bjs