quinta-feira, 25 de novembro de 2010

De Ary dos Santos Auto-Retrato

"Poeta é certo mas de cetineta

fulgurante de mais para alguns olhos
bom artesão na arte da proveta
narciso de lombardas e repolhos.


Cozido à portuguesa mais as carnes
suculentas da auto-importância
com toicinho e talento ambas partes
do meu caldo entornado na infância.


Nos olhos uma folha de hortelã
que é verde como a esperança que amanhã
amanheça de vez a desventura.


Poeta de combate disparate
palavrão de machão no escaparate
porém morrendo aos poucos de ternura."

2 comentários:

Unknown disse...

O que foi para nós a desventura...
De o ter-mos perdido tão precocemente.

TERE disse...

Foi cedo sim...
Acontece a quem bem mais precisava de por cá intervir!!!