Quando a ternura
parece já do seu ofício fatigada,
e o sono, a mais incerta barca,
inda demora,
quando azuis irrompem
os teus olhos
e procuram
nos meus navegação segura,
é que eu te falo das palavras
desamparadas e desertas,
pelo silêncio fascinadas.
Eugénio de Andrade, in "Obscuro Domínio"
2 comentários:
Palavras desamparadas...
Como desamparado estava o autor.
Aliás, toda a sua vida foi dominado
pela "obscuridade" a que quase foi votado.
Neste país "mata-se" a Cultura.
Não apoiando a devido tempo...quase ignorando quem é capaz de "mais pensar" e "melhor fazer"
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