"Passamos pelas coisas sem as ver,
gastos, como animais envelhecidos:
se alguém chama por nós não respondemos,
se alguém nos pede amor não estremecemos,
como frutos de sombra sem sabor, vamos caindo ao chão, apodrecidos"
::::
«No teu peito
é que o pólen do fogo
e junta à nascente,
alastra na sombra.
Nos teus flancos
é que a fonte começa
a ser rio de abelhas,
rumor de tigre.
Da cintura aos joelhos
é que a areia queima,
o sol é secreto,
cego o silêncio.
Deita-te comigo.
Ilumina meus vidros.
Entre lábios e lábios
toda a música é minha."
***
4 comentários:
A vida que é tecida em fios de tempo.
abraços
Amei a sua poesia,sensibilidade à flor da pele e muita emoção....Beijos poéticos
..Numa urdidura que pode durar mais ou menos..ser mais ou menos resistente..acho isso , né Mai?
Abraço
Thereza..poesia sim mas de Eugénio de Andrade esta...conforme está supra identificada...
Mas a minha sensibilidade é quase sempre mesmo à flor da pele. Bjs
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