terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Natal na aldeia de Babe

Natal é mais do que festa de família na minha terra, em Babe, Bragança, na Lombada transmontana portuguesa, aldeia onde é também e principalmente festa da mocidade. Quer dizer, dos moços a partir dos 12 ou 13 anos e enquanto forem solteiros desde que se inscrevam, que é a totalidade dos presentes na altura na aldeia, salvo raríssimas excepções.

Com início perdido já no tempo, os rapazes de Babe unem-se nesses dias, já que o dia 26, dia de S. Estêvão, Padroeiro da Mocidade (moços/ rapazes solteiros) é também feriado lá e numa amálgama de folia, gastronomia, festa religiosa e bailarico pelas noites dentro vive-se com animação apesar do frio que nesta época lá se sente. No baile, ao som de gaita-de-foles, bombos e caixas, por tradição, participam também as moças e mesmo os casados que apareçam, homens e mulheres...
Para os almoços e jantares desse dois dias matam uma ou mais vitelas para as comerem em conjunto, repetindo-se o mesmo no dia 6 de Janeiro, dia de Reis. Há Juiz e Meirinho e muitas regras a cumprir nas formaturas, senão há multas a pagar a partir da alvorada logo de madrugada...
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Maria Teresa Fernandes
Texto breve  publicado em 2007 no site da Editorial 100

2 comentários:

hesseherre disse...

Pelo que vejo, neste pequeno lugarejo onde preponderam as pessoas jovens, os velhos são minoria...espero que sejam acolhidos com muito carinho pelos joves...

TERE disse...

Uma freguesia que abrange duas aldeias e não "lugarejo"e os jovens juntam-se para estas festas mesmo deslocando-se do estrangeiro, ...os que estão emigrados e voltam à terra, os que pelo País estão espalhados...assim como no mês de Agosto.A maioria de habitantes na Freguesia é mesmo de idosos que esperam os familiares nestas épocas, com boas lareiras e as arcas cheias ou a matança do porco para fazer...carinho não digo que haja a rodos mas , pelo que conheço os idosos são estimados
e bem tratados de acordo com a capacidade ou sensibilidade de cada um (Jovem)...eu vivo fora e qd lá vou sinto-me acarinhada e acarinho , apesar de pais já não ter...e isso me entristecer. Mas eu já estou no outono da vida...

Mais uma vez obrigada e que seja feliz.