sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

O poema do post anterior em latim... Ioseph

Et quid nunc, Ioseph? Festum est finitum, lumen est exstinctum, cuncta evanuit turba, nox est frigefacta, et quid nunc, Ioseph? et quid nunc, et tu? Qui nomen non habes, qui alios derides, qui versus componis, qui amas, reclamas? et quid nunc, Ioseph?Femina non tibi verbum neque tibi nec blanditiae tibi, bibere non vales, fumum nec spirare, nec sputare quidem, nox est frigefacta, dies tuus non venit, currus tuus non venit, risus tuus non venit, utopia non venit, omnia et sunt finita, omnia et vanuere omnia et mucuere,et quid nunc, Ioseph?Et quid nunc, Ioseph?tuus sermo dulcis,tuae febris hora,tua gula et ieiunium,tua bibliotheca,tua auri fodina,tua vestis vitrea,tua contradictio,tuum odium — et quid nunc?Clavi manu arrepta, vis ut pateat ianua, non est tamen ianua; vis in mari mori mare est tamen siccum;vis in Minas ire,Minas non est amplius. Ioseph, et quid nunc?Tu si vocitares, tu si gemeres, tu si personares Vindobonae melos, tu si obdormires, tu si fessus fieres, tu si mortem obires... Sed non moreris,tu es durus, Ioseph!Solus in caliginevelut bellua in silva,sine theogonia,nudo sine murotete cui fulcires,sine equo nigroqui quam citior fugiat,tu incedis, Ioseph!Ioseph, quonam gentium?
Tradução: Silva Bélkior

3 comentários:

Unknown disse...

Não se justifica a pergunta: “E agora?”.
Nunca intencionei criar algo, para que nada terminasse, se extinguisse, se perdesse. Para que não houvessem respostas, e muito menos as perguntas.
Para que não houvessem reclamações.
Para que não se sentisse a frialdade da noite. E outros frios, mais entranhantes e estranhantes.
Nunca fui nem bom nem mau actor. Apenas entro na cena em qualquer acto e saio por força da dramaturgia do momento.
Não existe o antes e o depois.
Apenas o durante. Como dizia o poeta:”Ao menos que seja belo enquanto dure”.
Sou o fio da correnteza a caminho de um mar de muitas àguas – Mare Nostrum.
Não gosto da palavra “nostrum”. É egoisticamente possessivo. Revela a nossaforma de ser.
É comum ouvirmos o povo dizer em hora de aflição “Oh meu Deus”, contrariando a sua universalidade (“Deus é de todos nós”).
Antes dizer“Nosso Deus” (aliás, ainda possessivo) ou, na melhor, “Santo Deus”.
Até o mar, na sua inconstância, deixa-se ser evaporado, para formação de outras
correntes que se dirigem ao “Mare Universalis”, o mar de todas as nossas ilusões.
Contra temporais, ventos e marés, quero ser quem sou, como sou, dentro da minha individualidade, com um quinhão de dualidade, dentro do espírito “Você tem o destino da lua, que a todos encanta e não é de ninguém” ou como canta o Rui:
“Não há estrelas no céu
pr’a dourar o meu caminho,
por mais amigos que tenha
eu ando sempre sozinho”
***
De que serve ....

TERE disse...

JOSÉ

E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama protesta,
e agora, José?

Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?

E agora, José?
Sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,

seu terno de vidro, sua incoerência,
seu ódio - e agora?

Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?

Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse…
Mas você não morre,
você é duro, José!

Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, José!
José, pra onde?

TERE disse...

DRUMMOND É QUE ASSIM ESCREVEU...NÃO EU!!!

JOSÉ ERA UM DOS MEUS AVÔS...UM DOS PRIMOS, 3 BONS AMIGOS MAIS o JOSÉ "VIRTUAL", NOME DE QUE SEMPRE GOSTEI...E NADA DE POSSESSIVA EM RELAÇÃO a QQ UM..acho, pois sempre respeitando cada individulaidade, nas suas dualidades ou não,andando também quase sempre sozinha por opção na maior parte das vezes...Mas nao tendo nada "Nostrum"...nem o calor do Mediterrâneo...tenho e gosto de ter algo meu...não vou enumerar, apesar de conseguir contentar-me com pouco...e a vida "Vai passando ao lado" lentamente...