Vestiu-se para um baile que não há.
Sentou-se com suas últimas jóias.
E olha para o lado, imóvel.
Está vendo os salões que se acabaram,
embala-se em valsas que não dançou,
levemente sorri para um homem.
O homem que não existiu.
Se alguém lhe disser que sonha,
levantará com desdém o arco das sobrancelhas,
Pois jamais se viveu com tanta plenitude.
Mas para falar de sua vida
tem de abaixar as quase infantis pestanas,
e esperar que se apaguem duas infinitas lágrimas.
..............
Cecília Meireles, in 'Poemas (1942-1959)'
2 comentários:
OLÁ AMIGA!
Depois de ler os poemas que escolhes para nós, mas que são"teus",continuo a sentir o encanto e a magia dos poetas,daquilo que nos transmitem ,desta forma através de ti,linda poetisa.
A amiga de sempre deixa-te um beijo neste dia especial,dia da MULHER,QUE MERECE SER HOMENAGEADA.Essa mulher és tu,MITÉ...
Obrigada Ju...Beijos e votos de melhor disposição para ti...Muitas outras mulheres merecem ser mais homenageadas do que eu mas agradeço o comentário vindo de ti, amiga de sempre.
Mité/TERE
Enviar um comentário